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 EDUCAÇÃO
 
Com a chegada dos primeiros habitantes de Brasília em meados de 1957 a educação passou a ser uma das preocupações do poder público. Desta forma, por iniciativa do Departamento de Educação e Difusão Cultural foram criadas as primeiras escolas. Para realizar essa empreitada, o Departamento procurou, sob a coordenação do médico Ernesto Silva, buscar assessoramento técnico junto ao educador Anísio Teixeira, então diretor do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP).

Nos anos 1960, Anísio Teixeira, juntamente com Darcy Ribeiro, idealizou o modelo de educação para a nova capital federal. Foi então organizado o sistema educacional de Brasília, que era baseado em um modelo de educação integral. A inspiração veio do Centro Educacional Carneiro Ribeiro, implantado em Salvador, na Bahia, na década de 1950. O modelo incluía as escolas classe, destinadas ao ensino formal, e as escolas parque, responsáveis pelo desenvolvimento artístico, social, físico e recreativo. Os alunos frequentavam cada uma das escolas em um turno. O programa procurava também distribuir os estudantes de maneira equitativa e equidistante, de maneira que as crianças percorressem o menor trajeto possível entre a residência e a escola. A escolarização seria iniciada no Jardim de Infância, para crianças de 4 a 6 anos de idade e, em seguida, os alunos ingressariam nas escolas classe, concebidas para a educação de alunos de 7 a 14 anos, complementando, paralelamente, a sua formação nas escolas parque. Aos 15 anos o aluno se dirigia para o centro de ensino médio que deveria oferecer ao adolescente a oportunidade para cultivar o seu talento, tendo em vista dupla finalidade: prepara-lo diretamente para o trabalho ou para o prosseguimento da sua educação no nível superior. O programa propunha três modalidades de estudos no ensino médio: a) curso geral prático, comum, para todos ou para a grande maioria, visava a ministrar cultura geral, com ênfase na língua portuguesa e literatura brasileira, nas matemáticas e nas ciências físicas e sociais aplicadas; b) cursos enriquecidos com línguas estrangeiras e estudos teóricos, como desdobramento do primeiro, para aqueles que se mostrassem interessados ou capazes de estudos dessa natureza; e, c) cursos técnicos para os inclinados à especialização tecnológica.

Além das escolas classe, das escolas parque e do centro de ensino médio o programa também previa a criação da Universidade de Brasília (UnB) composta por institutos, faculdades e demais dependências destinadas à administração, biblioteca, campos de recreação e desportos. Com a fundação da UnB, em 1962, foram criados os cursos-tronco, nos quais os alunos tinham a formação básica e, depois de dois anos, seguiam para os institutos e faculdades. Os três primeiros cursos-tronco eram: Direito, Administração e Economia, Letras Brasileiras, e Arquitetura e Urbanismo.

O propósito de Anísio Teixeira ao criar um novo modelo de educação para a recém-construída capital federal era elevar a educação das camadas populares a um novo patamar, bem como adequá-la às necessidades de uma sociedade em processo acelerado de desenvolvimento. A sua proposta abrangia os três níveis de ensino e contou com o apoio integral do presidente Juscelino Kubitschek que considerou a experiência “ousada, original e ajustada ao mundo em que vivemos”¹ .

Atualmente apesar do plano original de Anísio Teixeira manter-se ainda como referência importante para a educação pública do Distrito Federal, as atuais circunstâncias não possibilitam executá-lo, principalmente devido ao crescimento acelerado das regiões administrativas².
 
Os desafios da educação em Brasília nos dias atuais

Nos dias atuais a Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEDF) oferta todas as modalidades da Educação Básica, tendo universalizado o Ensino Fundamental. No Distrito Federal existem 645 escolas que ofertam Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, além da Educação de Jovens e Adultos³. Em relação ao Ensino Superior, o Distrito Federal possui 28 escolas, sendo duas federais, a Universidade de Brasília e o Instituto Rio Branco, e o restante particulares4.

Os grandes problemas a serem enfrentados no Distrito Federal, na área educacional, são a alta taxa de retenção de alunos, a evasão e o abandono escolar, além da existência de pessoas analfabetas. De acordo com os dados obtidos em 2011, a SEDF possui cinco desafios a serem superados: ampliar o acesso às creches; universalizar o atendimento em pré-escolas; ampliar a oferta de ensino médio regular noturno; declarar o Distrito Federal território alfabetizado e enfrentar a evasão, repetência e distorção idade-série nos ensinos fundamental e médio.

Além de tentar combater esses problemas, a SEDF almeja ainda promover a educação integral do aluno na perspectiva da cidadania, diversidade e sustentabilidade humana e também assegurar aos estudantes e educadores o acesso às novas tecnologias como instrumentos de mediação da construção da aprendizagem5. Hoje a SEDF entende que a educação ultrapassa as fronteiras da escola, servindo de referencial transformador da vida dos grupos sociais do território em que se situa. Nesse sentido a escola deve ser vista como um recurso para a transformação social.
 
 
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1- KUBITSCHEK, Juscelino. Porque construí Brasília. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2000, p. 143.
2- MOTA, Carlos. Projeto político pedagógico. Brasília: Governo do Distrito Federal, 2011, p. 11.
3- Dados obtidos no site http://www.se.df.gov.br Acessado em 31 de outubro de 2012.
4- Dados obtidos no site http://www.portalbrasil.net/universidades_df.htm Acessado em 31 de outubro de 2012.
5- MOTA, Carlos. Projeto político pedagógico. Brasília: Governo do Distrito Federal, 2011, p. 26.


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