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A mudança da capital do Brasil para o interior já estava prevista na primeira Constituição Republicana, datada de 1891. O seu artigo terceiro previa: “Fica pertencendo à União, no Planalto Central da República, uma zona de 14.400 quilômetros quadrados, que será oportunamente demarcada, para nela estabelecer-se a futura Capital Federal”. (Texto disponível no site www.planalto.gov.br).  Uma Comissão Exploradora do Planalto Central foi criada pelo presidente Floriano Peixoto, sob a chefia do astrônomo e geógrafo belga Luiz Cruls, com o objetivo de demarcar e estudar a área da nova capital. Mesmo com os muitos esforços e pesquisas da Missão Cruls, nada saiu do papel.

No início do século XX, a remodelação urbana efetuada no Rio de Janeiro sob o comando do prefeito Pereira Passos e do presidente Rodrigues Alves mostra que, ao invés de transferir a capital, a República preferiu reformá-la. O que não significou que a proposta anterior tivesse sido enterrada. Foi na Constituição de 1946 que o tema ganhou novo fôlego. O artigo quarto das Disposições Transitórias, assim previa: “A Capital da União será transferida para o Planalto Central do País.
 

Parágrafo 1° - Promulgado este Ato, o presidente da República, dentro de sessenta dias, nomeará uma comissão de técnicos de reconhecido valor para proceder ao estudo da localidade da nova Capital.
Parágrafo 2° - O estudo previsto no parágrafo precedente será encaminhado ao Congresso Nacional, que deliberará a respeito, em lei especial, e estabelecerá o prazo para o início da delimitação da área a ser incorporada ao Domínio da União.
Parágrafo 3° - Findos os trabalhos demarcatórios, o Congresso Nacional resolverá sobre a data da mudança da Capital.
Parágrafo 4° - Efetuada a transferência, o atual Distrito Federal passará a constituir o Estado da Guanabara”.(Texto disponível no site www.planalto.gov.br).     


Os estudos foram concluídos, mas nenhuma providência foi tomada.

Em 1955, a Comissão de Localização da Nova Capital escolheu a região que, no futuro, seria o perímetro do Distrito Federal. Eram 5.850 quilômetros quadrados, localizados no Planalto Central. Naquel mesmo ano, Juscelino Kubitschek de Oliveira, então governador de Minas Gerais, renunciou ao cargo para concorrer às eleições presidenciais pelo Partido Social Democrático (PSD). Durante a campanha, JK apresentou como uma de suas propostas a transferência da capital para o interior do país. A primeira vez que tratou deste tema foi em discurso proferido na cidade de Jataí (GO), em 04 de abril de 1955.

 

Após ser eleito, em fevereiro de 1956, JK estabeleceu o famoso Plano de Metas, composto por 30 diretrizes, sendo Brasília a meta-síntese. A construção da nova capital condensava o programa de governo e seria o símbolo do desenvolvimento de “50 anos em 5”. Para Juscelino, promover a modernização do país era algo fundamental para tirá-lo da situação de atraso em que se encontrava. Para tornar o Brasil moderno, era necessário realizar inúmeras obras. Assim, enquanto presidente, nada mais coerente do que desenvolver uma grande obra símbolo da modernidade: a futura Brasília.

 

Antes mesmo de ser candidato à presidente, JK dava mostras de que acreditava ser possível fazer grandes mudanças. Nos anos 40, quando foi prefeito de Belo Horizonte, ficou conhecido como o "prefeito furacão", pela quantidade e rapidez das obras que realizou em sua gestão. Foi nesta época que teve início a modernização da capital mineira, com a construção do bairro Pampulha, projetado por Oscar Niemeyer, que também trabalharia em Brasília. Em 1950, quando assumiu o governo de Minas Gerais, JK trabalhou novamente com Niemeyer em projetos de construções como  o Colégio Estadual de Minas Gerais, a Biblioteca Pública, o Edifício Niemeyer, o Banco Mineiro da Produção e a Escola Técnica da Gameleira. Como governador, também executou diversas obras, tendo seu projeto ancorado no binômio energia e transporte. Sua meta prioritária era retirar Minas Gerais da posição de estado agropastoril e lançá-lo na fase da industrialização. 

 

No Memorial JK, erguido no Eixo Monumental, fica uma estátua daquele que idealizou e construiu a nova capital, como se dali admirasse e saudasse os que passam nas movimentadas vias de Brasília.

 
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