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Pampulha

Dentre as obras que compõem o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Lagoa da Pampulha, a Igreja de São Francisco de Assis se destaca por expressar melhor do que qualquer outra obra naquele espaço, o conceito que tornou o traço do arquiteto Oscar Niemeyer único e reconhecido para além das fronteiras do Brasil. As ideias e reflexões que Niemeyer tinha sobre o próprio ofício são materializadas nas curvas que dão forma ao templo. Como o arquiteto disse, não era o ângulo reto que o atraia, “nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein”.1

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Igreja de São Francisco de Assis
Foto: Ricardo Avelar
Em 1943, as obras da igreja pareciam agradar à imprensa local. Em matéria intitulada “Já está em construção a Igreja da Pampulha”, o jornal “Estado de Minas destacava o projeto de Niemeyer, que permitiria “dotar a Pampulha de um templo que agradará à vista e permitirá conforto aos fiéis, de dimensões conforme as necessidades do bairro. Terá o teto em arco desde os alicerces. A iluminação será indireta e a decoração, toda especial, se destacará pela sua expressão artística.”2

A Igreja de São Francisco de Assis seria arte pura. Além de projetada por Niemeyer que, com seus traços, fez o desenho da igreja como se fosse o de uma escultura, a obra ainda contaria com os trabalhos do artista plástico Alfredo Ceschiatti, incumbido de esculpir em baixo relevo, painéis em bronze no interior do batistério. Os seus jardins foram pensados por Roberto Burle Marx, que também trabalhou no Cassino e na Casa do Baile. Paulo Werneck foi o responsável pelo mosaico nas laterais da abóbada da nave, e Cândido Portinari, pelo painel interno de São Francisco no altar principal, pela Via Sacra e pelo painel externo em azul e branco, que retrata cenas da vida de São Francisco de Assis.

Durante a primeira visita de Portinari à igreja, segundo memórias de Juscelino Kubitschek, “o dia estava claro e o sol, atravessando os vidros da fachada do pequeno templo, salpicava o interior de manchas luminosas. Aqueles reflexos emprestavam um ar estéreo à igrejinha, acentuando ainda mais a beleza de suas linhas puras e ousadas. Emocionado, Portinarti retirou do bolso um bloco de papel, passando e fazer croquis”.3

Em carta de março de 1942, Oscar Niemeyer tratou com Portinari os valores a serem pagos por seu trabalho: “Conforme combinamos estive com o Prefeito. Ele achou muito bom o preço que você estipulou isto é 500$ (quinhentos mil) réis o metro quadrado.  Eu expliquei a ele que você fazia esse preço atendendo ao interesse de poder pintar uma parede daquela extensão. Ele explicou-me o seguinte: A obra está muito atrasada, ainda temos pela frente uns 6 meses só de trabalhos de estrutura. Ele receia  fazer um contrato total com você, e, depois ter que queixar a Prefeitura ou a obra parar etc. Assim ele propõe que você apresente preço para estudo dos croquis, ficando estipulado desde já que para o desenvolvimento o preço será de 500$ o metro quadrado. Para você dá o mesmo. Você faz agora os estudos e croquis e aprovados esses contrata a parte final. Assim  peço a você  o favor de fazer os cálculos e enviar sua proposta declarando quantos croquis pretende apresentar e os tamanhos. Você pode ou mandar diretamente ao Prefeito ou se preferir mandar para mim que eu remeto para ele, dando logo o meu parecer sobre o assunto”.4

Conforme indicado por Niemeyer, as obras da igreja estavam atrasadas, e o receio era de que não fossem concluídas até o 15 de maio de 1943, data marcada para a inauguração oficial do bairro Pampulha. Como previsto, o cronograma das obras não pôde ser cumprido. Mas mesmo diante disso, o bairro e o conjunto arquitetônico foram inaugurados na data marcada.

O atraso no cronograma fez com que a igreja fosse concluída somente em 1945, quando foram finalizados o mural de São Francisco e os baixos-relevos do batistério. Com a entrega da obra, era esperada a consagração do templo pela Cúria Metropolitana, que desde a divulgação do projeto se mostrava arredia à ousada arquitetura pensada para a construção. Recusando-se a conceder a benção, o arcebispo de Belo Horizonte dom Antônio Santos Cabral, alegou que a obra era “inteiramente particular, na qual o clero não teve a mínima participação”.5 E ainda justificou sua posição ao afirmar que a obra modernista ia de encontro ao aceitável pela igreja.

Dentre as principais críticas de dom Cabral à igreja de São Francisco de Assis, estava a direcionada ao trabalho de Portinari, que teria desgostado profundamente o clero e os fiéis. “Fantasias de artistas. Extravagâncias que podem ficar muito bem nos salões de arte; motivos para estudos polêmicos e discussões entre artistas, jornalistas e escritores. Acredito que tanto os adeptos do modernismo como os defensores da arte antiga, do chamado academicismo, estão com razão, pois todos lutam pela evolução artística. Mas, para um templo, aquilo não fica bem; não podemos desvirtuar a obra do Senhor nem a igreja é lugar para experiências materialistas, embora artísticas.”6
 
 
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Painel externo de Portinari, atrás da Igreja de São Francisco de Assis
Foto: Ricardo Avelar

A recusa da consagração deu início ao conflito que perduraria por muitos anos. Na tentativa de encontrar uma solução para o problema, o arcebispo chegou a sugerir que fosse criado no local um museu de arte moderna. Desse modo, para ele, todos “ficariam com o espírito tranquilo, uns servindo sua arte, outros trabalhando na seara do Senhor, sem outra preocupação além de serem úteis.”7  Em princípio a sugestão do arcebispo agradou ao prefeito interventor Gumercindo Couto e Silva. Logo o Departamento de Minas Gerais do Instituto de Arquitetos do Brasil entrou com o pedido de doação do templo para a construção de um museu de arte que também poderia servir de sede para a realização das comemorações do aniversário de 50 anos de Belo Horizonte, em 2 de dezembro de 1947. O Departamento ainda ficaria responsável pela conservação do imóvel, mas apesar das investidas, o projeto não obteve a aprovação do prefeito Couto e Silva.8
 
Em outubro de 1947, foi proposto o “tombamento preventivo da ‘capela’ da Pampulha”, em decorrência do “1 ‘estado de ruína precoce (...) devido a certos defeitos de construção e ao abandono a que foi relegado esse edifício pelas autoridades municipais e eclesiásticas’; 2. Abandono ‘irresponsável’ ou utilização, em outras igrejas, ‘de modo inconveniente, porque em desacordo com o seu estilo peculiar’, de numerosas peças do edifício (altar, órgão, bancos e via-sacra); 3. louvor unânime suscitado pelo conjunto exterior; 4’valor excepcional’ do monumento.”   9

Meses mais tarde, em 1° de dezembro de 1947, a Igreja de São Francisco de Assis foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).10  Após a decisão, o cenário negativo ao qual a igreja estava envolta parecia começar a mudar. Em uma atitude no mínimo surpreendente, dom Cabral sugeriu a criação de uma comissão voltada ao estudo da obra de Niemeyer e Portinari, que seria composta por Tristão de Ataíde, pelo monsenhor Nabuco de Araújo e pelo Padre Orlando Vilela. Mas aparentemente, como apontado pela historiadora Annateresa Fabris, a comissão não foi concretizada. Em 1948, o jornal “Estado de Minas” publicou uma série de artigos por meio dos quais denunciava o abandono da Pampulha, reivindicando a preservação do espaço enquanto bem cultural, bem como a desvalorização do dinheiro público investido.11 Em resposta às denúncias do jornal, a prefeitura de Belo Horizonte emitiu uma carta na qual refutou as acusações do veículo, destacando as finalidades e o estado de conservação de cada imóvel do conjunto arquitetônico. Diante da resposta, o jornal reagiu com um novo artigo em que o autor tratava da necessidade de  consagração da igreja, o que incitou uma reação por parte da Cúria Metropolitana, que emitiu a seguinte nota: “Pelas suas características aberrantes, a referida Capela enquanto as mantiver não poderá receber aprovação para o culto religioso, não havendo mais o propósito de consultar ou ouvir pareceres de pessoas por mais entendidas e credenciadas que sejam.”  12

Meses antes, Juscelino Kubitschek, na tentativa de motivar a mudança da opinião da Cúria Metropolitana, enviou carta a dom Cabral, explicando não ter imaginado que a construção de algo pensado com tanto carinho viria provocar tamanho conflito.13 As palavras impressas na carta publicada nos jornais “Estado de Minas” e no “O Jornal” não tiveram efeito junto à Cúria.

Contudo, em 1956, os esforços para a consagração da igrejinha ganharam força. O cenário havia novamente se modificado, Juscelino era presidente da República, e a mais alta autoridade da igreja católica, o papa João XXIII, manifestava interesse em expor no Vaticano a via sacra de Portinari. No entanto, foi a atitude do prefeito Celso Melo de Azevedo, ao propor em um Projeto de Lei na Câmara Municipal, a doação da igreja de São Francisco e da área adjacente à Cúria Metropolitana, que consolidou a tão aguardada consagração do templo.

Foram 14 anos de espera, desde a inauguração em 1943 até o ano de 1959, para que fosse realizada a primeira missa na igreja de São Francisco de Assis. A cerimônia presidida pelo arcebispo-coadjutor de Belo Horizonte, ocorreu em 11 de abril de 1959. Dentre as autoridades presentes estava o então presidente da República, Juscelino Kubitschek; o governador de Minas, Bias Fortes e o prefeito de Belo Horizonte, Amintas de Barros.

A sagração do templo de São Francisco de Assis foi iniciada com o termo de transferência da igreja para a Mitra Arquidiocesana. Em seguida o prefeito Amintas de Barros discursou. Ao fim do discurso foi realizada a benção, a missa cantada e o batismo de um membro da família de Juscelino Kubitschek, Lincoln Kubitschek Neto, de quem o presidente foi padrinho. Após o batismo houve o pronunciamento de dom João Resende da Costa. “Os corais do Colégio Santa Marcelina e do Seminário Sagrado Coração de Jesus acompanham o ofício religioso, enquanto no adro da igreja uma orquestra de bororos, que se encontravam em Belo Horizonte para participar do I Festival Nacional do Índio, tocava dobrados e músicas sacras sob a regência de sacerdotes da missão salesiana de Meruri”.14

Apesar de solucionado o maior conflito envolvendo a igrejinha da Pampulha, o templo não estava imune a outros problemas antigos que, com o tempo, se agravaram. Os problemas estruturais da igrejinha são motivos de polêmica entre estudiosos da obra. Críticos de Niemeyer alegam que os recorrentes problemas com rachaduras e infiltrações ocorrem em virtude de o arquiteto ter privilegiado a qualidade estética da edificação em detrimento da funcionalidade. Outros em defesa de Niemeyer apontam o descaso por parte do poder público na preservação da igreja como um dos principais fatores para a ocorrência de tais problemas.
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 Homens sentados sobre o gramado do jardim que circunda a Igreja de São Francisco de Assis
Foto: Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte - APCBH/Assessoria de Comunicação do Município

Restauração
Entre 2004 e 2005, a Fundação Roberto Marinho patrocinou as obras para a restauração da Igreja de São Francisco de Assis, no valor de R$1,8 milhão. As obras consistiram na recuperação da cobertura da nave da igreja, possivelmente danificada pela queda do revestimento e devido ao “comprometimento do concreto armado, já que não foram construídas as três juntas de dilatação projetadas originalmente pelo engenheiro calculista Joaquim Cardoso”15 ,  que diante do erro previu que no futuro a movimentação do concreto armado viria a provocar rachaduras em sua estrutura. Problema que realmente ocorreu em 1980. À época, foi realizada uma obra para sanar o problema, mas “o material utilizado no revestimento provocou novas rachaduras, que apareceram em menos tempo.”16

Para solucionar o problema, durante a reforma patrocinada pela Fundação Roberto Marinho, foi aberta uma junta, e tratadas outras duas abertas na intervenção de 1980, com a instalação de uma estrutura de metal recheada com neoprene, em substituição ao material utilizado em 1980.

A restauração ainda contemplou a troca das pastilhas azuis da nave, excluindo-se as do mosaico de Paulo Werneck, que se manteve com as pastilhas originais. Foi realizada a limpeza e higienização dos quadros da Via Sacra de Portinari, entre outros trabalhos.

Mas a intervenção não se limitou a conservação do espaço. Foram construídos dois banheiros - a igrejinha contava apenas com um-, uma copa e depósitos. “A Capela do Santíssimo, onde fica o sacrário, recebeu novos lambris, bancos, e até o altar foi substituído.” 17 No paisagismo foram recuperados os desenhos originais dos jardins de Burle Marx. A iluminação da igreja recebeu um projeto especial de Mônica Lobo, que “valorizou o interior da igreja e destacou ainda mais as formas arredondadas do trabalho de Niemeyer.”18 O projeto foi premiado com o International Association for Lighting Design e com o International Illumination Design.

Com o apoio do projeto Portinari, a Fundação Roberto Marinho também promoveu cursos de capacitação e oficinas para estudantes e professores de Belo Horizonte. As atividades desenvolvidas buscaram a partir da construção da Pampulha tratar da História da arquitetura e do Brasil. Foram realizados ainda, uma exposição pautada nas intervenções dos diversos artistas que contribuíram com a construção do templo da Pampulha, além do seminário “Pampulha: por uma arquitetura brasileira”.

Em 2012, a prefeitura de Belo Horizonte lançou a candidatura do Conjunto Arquitetônico da Pampulha ao título de Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Para realizar melhorias estruturais no conjunto, de modo a contribuir com a sua candidatura, foi instituída a Comissão de Acompanhamento e Gestão do Programa Declaração da Pampulha Patrimônio da Humanidade, responsável pelo diagnóstico e execução das ações de recuperação do Conjunto Arquitetônico da Pampulha.

Dentre as ações a serem realizadas, é prevista a restauração do teto e infiltrações na Igreja de São Francisco de Assis, e a implantação do projeto de acessibilidade na praça atrás da igreja.  
 

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1Informação disponível em http://torre-oscar-niemeyer.fgv.br/oscar-niemeyer, consultada em 3 de janeiro de 2013.
2 “Já está em construção a igreja da Pampulha”. Estado de Minas, 29 ago. 1943. FABRIS, Annateresa. Fragmentos  urbanos: representações culturais. São Paulo: Studio Nobel, 2000. – (Coleção cidade aberta). p. 185.
3 Juscelino Kubitschek, “De B.H. a Brasília”. Estado de Minas, Belo Horizonte, 22 dez. 1987. In.: FABRIS,  Annateresa. Fragmentos urbanos: representações culturais. São Paulo: Studio Nobel, 2000. – (Coleção cidade  aberta). p. 183.
4 Carta de Oscar Niemeyer a Cândido Portinari [março 1942]. Esra datação foi proposta por Maurício Lissovsky  & Paulo Sérgio Moraes de Sá no Livro Colunas da Educação. Rio de janeiro, MINC/IPHAN; Fundação Getúlio  Vargas/CPDOC, 1996, p. 255. FABRIS, Annateresa. Fragmentos urbanos: representações culturais. São Paulo:  Studio Nobel, 2000. – (Coleção cidade aberta). p. 183 e 185
5 Entrevista concedido ao jornal carioca: A Noite in.:FABRIS, Annateresa. Fragmentos urbanos: representações  culturais. São Paulo: Studio Nobel, 2000. – (Coleção cidade aberta). p. 186.
6 FABRIS, Annateresa. Fragmentos urbanos: representações culturais. São Paulo: Studio Nobel, 2000. – (Coleção  cidade aberta). p. 187
7 FABRIS, Annateresa. Fragmentos urbanos: representações culturais. São Paulo: Studio Nobel, 2000. – (Coleção  cidade aberta). p. 187
8 FABRIS, Annateresa. Fragmentos urbanos: representações culturais. São Paulo: Studio Nobel, 2000. – (Coleção  cidade aberta). p. 187
9 Carta do Diretor da D.E.T. ao Diretor Geral sobre tombamento da igreja da Pampulha (7 out. 1947). Esta correspondência foi localizada na pasta dedicada à igreja da Pampulha no arquivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Rio de Janeiro). In.: FABRIS, Annateresa. Fragmentos urbanos: representações  culturais. São Paulo: Studio Nobel, 2000. – (Coleção cidade aberta). p. 188.
10 Em 1984 a igreja  também foi tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas  Gerais (IEPHA/MG).
11 FABRIS, Annateresa. Fragmentos urbanos: representações culturais. São Paulo: Studio Nobel, 2000. –  (Coleção cidade aberta). p. 188.
12 FABRIS, Annateresa. Fragmentos urbanos: representações culturais. São Paulo: Studio Nobel, 2000.- (Coleção  cidade aberta). p. 190.
13 “Um apelo do sr. Juscelino Kubitschek para que a Igreja da Pampulha se integre em sua missão”. Estado de  Minas, 15 dez. 1948. A carta, que data de 20 de setembro, é também publicada por O Jornal, Rio de Janeiro, 21  dez. 1948 (“Um apelo do deputado J.K. à Igreja”). In.: FABRIS, Annateresa. Fragmentos urbanos: representações  culturais. São Paulo: Studio Nobel, 2000.- (Coleção cidade aberta). p. 190.
14 FABRIS, Annateresa. Fragmentos urbanos: representações culturais. São Paulo: Studio Nobel, 2000.- (Coleção  cidade aberta). p. 192
15 Informação disponível em http://www.frm.org.br/ , consultado em 8 de janeiro de 2013.
16 Informação disponível em http://www.frm.org.br/consultado, em 8 de janeiro de 2013.
17 Informação disponível em http://www.frm.org.br/, consultado em 9 de janeiro de 2013
18 Informação disponível em http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/noticia.do? evento=portlet&pAc=not&idConteudo=88648&pIdPlc=&app=salanoticias, consultado em 9 de janeiro de 2013.

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